segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tangará da Serra - Conselho Regional de Medicina lamenta caos na saúde pública e critica terceirização frustrada

"Conselho Regional de Medicina lamenta caos na saúde pública e critica terceirização frustrada

Sergio Roberto – Redação DS

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT) promoveu ontem em Tangará da Serra reunião com profissionais da área médica e com representantes do Executivo. O motivo não poderia ser outro: o caos na saúde pública do município.

O presidente do órgão, Arlan de Azevedo Ferreira, lamentou a crise que se instalou na saúde pública de Tangará da Serra após a assinatura do termo de parceria com a oscip Idheas. “Faltou sensibilidade do poder público”, disse Azevedo, referindo-se à parceria do poder público com a oscip, fato gerador do caos que se instalou na cidade.

Segundo o presidente do CRM, a oscip Idheas chegou a procurar o órgão para obter registro que habilitasse a organização a contratar profissionais médicos. Porém a falta de vários documentos, entre outros aspectos, resultou na negativa da inscrição. “Não havia como conceder o registro”, observou.
Mesmo sem o registro, a parceria entre município e oscip foi firmada e médicos foram contratados de maneira irregular. Como o Idheas não possuía registro, o CRM também não podia fiscalizar. “O olho técnico do CRM ficou impedido de fiscalizar”, reiterou.

Azevedo considerou grave a situação da saúde pública em Tangará da Serra e afirmou que a grande vítima do caos é a população. Ele, porém, garantiu que os médicos serão solidários e não deixarão de atender os pacientes até que a situação seja normalizada. “É o cidadão que procura atendimento nas unidades de saúde. Todas estas irregularidades e esta malversação deixaram a população sem atendimento de qualidade, com acomodações ruins, uma saúde ruim. Por isso, os médicos do setor público se declaram solidários e seguirão atendendo a população”.

A prática de transferir a saúde – em especial os programas da atenção básica – à iniciativa privada foi criticada por Arlan. Para ele, quando se trata de serviço público, não há como dispensar licitações e concursos em setores vitais como a saúde. “Leis e normas são burladas quando não há licitação e concurso público, e os gestores sabem disso”.

O trabalho do Ministério Público e a atuação da imprensa foram elogiados pelo presidente do CRM. Para Arlan de Azevedo Ferreira, o MP abriu uma ferida que crescia dentro de um setor público essencial. Já a imprensa deu a cobertura necessária, informando a população sobre o que se passava com a saúde pública do município.

ATUAÇÃO - Nunca é demais lembrar que entre todos os veículos de comunicação de Tangará da Serra, apenas o jornal Diário da Serra e a TV Centro América expuseram os fatos que levaram a saúde do município ao caos. Os demais veículos passaram a divulgar a situação de crise somente a partir da ação da Polícia Federal, na última quarta-feira".

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